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sexta-feira, 6 de maio de 2016

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE AMOR NA EDUCAÇÃO ESCOLAR


 
Carmem, o professor Emílio Rafael e alunos da Escola Adventista de Chimoio, Moçambique, na despedidaCarmem, o professor Emílio Rafael e alunos da Escola Adventista de Chimoio, Moçambique, na despedida

Carmem Liliam da Silva Oliveira

Conselheira Educacional e Familiar pela Universidade Adventista de São Paulo, UNASP – EC. Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela Universidade UNIDERP INTERATIVA- CAMPO GRANDE MS
Resumo: Este artigo apresenta através de fontes bibliográficas o estudo da importancia do ato de amor na educação escolar, com o objetio de despertar no sistema escolar juntamente com a familia a importancia do desenvolvimento infantil, no aspecto físico, intelectual, moral, espiritual e social já que as heranças desta fase encaminharão o indivíduo a realizações na vida. Hoje em dia há a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade.
Palavras-chave: Amor, escola, exemplo, família.
Abstract: This article presents bibliographical sources through the study of the importance of the act of love in school education, with the aim of awakening in the school system along with the family the importance of child development in physical, intellectual, moral, spiritual and social as the legacies of this phase refer the individual to achievements in life. Today there is a need for the school to be in perfect harmony with the family. The school is an institution that complements the family together and become pleasant places to exist between our children and students. The school should not live without family and the family should not live without school. Depends on the other in an attempt to reach the ultimate goal, namely, the best future for the son and student, and automatically to all of society. Key words: Love, school, example, family.
Introdução
Esse Artigo trata da importância do ato de amor na educação escolar. Tem como objetivo de levar uma reflexão e ação escolar juntamente com a vida familiar envolver todo o desenvolvimento infantil, no aspecto físico, intelectual, moral, espiritual e social já que as heranças desta fase encaminharão o indivíduo a realizações na vida. Nos dias atuais a escola não pode viver sem dar importância a esse ato de amor, de mostrar que o aluno que recebem todos os dias não é apenas mais um, mas sim que é amado que faz a diferença e que é importante para o corpo escolar, pois, é através da interação desse trabalho em conjunto que haverá desenvolvimento e bem estar na aprendizagem da criança, contribuindo na formação integral da mesma, havendo a necessidade de a escola estar em perfeita sintonia com a família. A escola é uma instituição que complementa a família e juntas tornam-se lugares agradáveis para a convivência de nossos filhos e alunos. A escola não deveria viver sem a família e nem a família deveria viver sem a escola. Uma depende da outra na tentativa de alcançar o maior objetivo, qual seja, o melhor futuro para o filho e educando e, automaticamente, para toda a sociedade. Um ponto que faz a maior diferença nos resultados da educação nas escolas é a proximidade dos pais no esforço diário dos professores.É necessária uma conscientização muito grande para que todos se sintam envolvidos neste processo de constantemente educar os filhos. É a sociedade inteira a responsável pela educação destes jovens, desta nova geração. A base da educação não está no autoritarismo, em a escola levar os problemas do aluno para a familia como uma ameaça ou motivo de vingança com o aluno, mas sim com o objetivo imbuido de amor, para reforçar a educação do aluno juntamente com o apoio familiar. O amor deve ser a base da educação de toda criança e joven, pois as sementes que recebem na fase de seu desenvolvimento pela vida irão semear no solo da caminhada, se receberem amor, respeito, valorização, isso também semearão e outros poderão colher e sucessivamente gerar outra plantação e uma nova colheita. Há um resgate a ser feito, pois os valores morais encontram-se extintos no coração da sociedade.
Amor um espelho na educação
A importância do ato de amor na educação escolar é um tema que merece reflexão, pois se vive numa época em que a sociedade encontra-se desestruturada e a desintegração dos valores são os maiores obstáculos para o ser humano. Já que a sociedade baseia-se no individualismo, e o coletivo tornou-se arcaico, as crianças e adolescentes envolvidos neste contexto, vivem sufocados por um mundo dominador e conseqüentemente atrofiam suas potencialidades tornando-se vitimas de um mundo frio e sem amor. O ato do amor na educação escolar juntamente com a vida familiar envolve todo o desenvolvimento infantil, no aspecto físico, intelectual, moral, espiritual e social já que as heranças desta fase encaminharão o indivíduo as realizações na vida. O Livro Família e Escola: Trajetórias de escolarização em camadas médias e populares, organizado por Maria Alice Nogueira, Geraldo Romanelli e Nadir Zago, relatam um conjunto de pesquisas, cujos resultados, são imprescindíveis aos educadores, na medida em que oferecem aspectos para reflexão e análise sobre o funcionamento do sistema escolar, privilegiando o ponto de vista da sua abordagem intrincada com a família, até então, embutida geralmente na comunidade. Tais pesquisas apresentam alguns pontos comuns; entre eles a “ausência de uma tradição de estudos sobre as relações que as famílias mantêm com a escolaridade dos filhos” (2000, p.09) e o “[...] relativo consenso, entre os autores, de que se trata de uma relação complexa e, por vezes, assimétrica, no que diz respeito aos valores e objetivos entre essas duas instituições [...]”.(2000, p.09) Nós educadores temos que ver além do que todos vêem, ver o que existe atrás de um simples olhar. Ser professor é olhar além do conhecimento e ver a criança e um ser humano necessitado de amor, carinho e compreensão. Precisa estar conectado em amor para ser útil para com todos. O professor deve estar sempre com a fantasia na mente e nas pontas dos dedos para agir e direcionar seu aluno. A educação precisa estar impregnada de amor e de verdade, para que a cada dia a alegria surja. A função do educador é ajudar, mediar, lutar, e vencer nessa sociedade que reconhece que existem problemas, mas que o sistema tem jeito e pode mudar, depende de cada um de nós educadores. Desde muito pequena, a criança se desenvolve quando estimulada e incentivada, buscando como alternativa várias ações. Assim, a criança terá maior possibilidade de assimilar a realidade, seja através dos seus próprios conflitos, das suas necessidades ou buscando novas alternativas para seus questionamentos e problemas. O amor traz amor e nossos alunos levarão nossos atos do dia a dia para o resto de suas vidas e passarão a outros. Içami Tiba (1996, p.140) nos diz que "o ambiente escolar deve ser de uma instituição que complemente o ambiente familiar do educando, os quais devem ser agradáveis e geradores de afetos. Os pais e a escola devem ter princípios muito próximos para o benefício do filho/aluno". Segundo a Revista Eletrônica de Educação (2008, p 02 ):
O amor sincero não de palavras, mas sim de atos, o amor de sacrifícios é o mais persuasivo. Quando os educandos percebem que o educador não tem nenhum outro interesse quando vem falar com eles que não procura nada mais do que lhes fazer o bem, comovem-se se tornando reconhecidos, sentem que são amados então o educador lhes ganha a confiança. As primeiras impressões que recebem, as mentes puras e delicadas dos meninos e das meninas ficam-lhes gravadas por toda a vida.
A escola é uma segunda casa para a criança e pode ser definido também como um conjunto de pessoas que possuem o desejo de estarem unidas, de se complementarem e de construírem algo juntas. É através desta relação que alunos, professores e o conjunto escolar desenvolvem laços de afetividade e receptividade de maneira adequada. Mas, para que isso ocorra de forma satisfatória, é necessário que haja referencias positivas, pessoas responsáveis de mostrar os limites necessários para o desenvolvimento de um indivíduo com equilíbrio emocional e afetivo. Esta referencia se valem de pessoas, palavras, gestos que irão de alguma forma contribuir ainda mais para a formação da identidade da criança. Por isso, é importante que, nos momentos de decepções seja em sala de aula uma nota baixa, por exemplo, ou mesmo em alguma dificuldade em casa, as crianças recebam carinho, atenção e compreensão, desta forma, estarão desenvolvendo uma identidade sadia e aprenderão a lidar com as frustrações que a vida apresenta. Falar em amor na educação não quer dizer que os pais e professores devam ser permissivos, de tal modo que a criança ou jovem devam agir como bem lhes aprouver. Não é isso, ser amoroso, quando se educa, significa mostrar ao educando que alguém está preocupado com ele, na sua forma de agir de proceder em casa, na escola ou em outro meio social. Professores e pais amorosos precisam reconhecer o momento certo de elogiar quando o filho ou aluno merecem elogio, mas também, chamar-lhes a atenção sempre que for necessário. Chamar a atenção de seu aluno não inclui gritos ou maus tratos, não há nada mais agressivo do que castigar com rigor uma criança ou adolescente e muitas vezes é comum presenciar pais e mesmo professores que exigem da criança/aluno para falarem baixo mas que só dirigem a eles aos “berros”. Ser amoroso supõe a presença de dialogo, do respeito ao outro na analise de situações que precisam ser discutidas. Não se aceita mais hoje, na escola, a máxima, como se a palavra do professor devesse ser a única, sem que o aluno tivesse o direito de ser ouvido. Nem que o filho ao perguntar para o pai porque não pode fazer sua vontade, receba do pai a seguinte resposta: “Porque não quero”. É o dialogo que permite a permuta de idéias, sem preocupação de demonstrar superioridade: “Minha palavra tem que ser a ultima”. Tal atitude demonstra autoritarismo indesejável, eliminando entre o educador e o educando qualquer possibilidade de entendimento e mesmo de respeito. Verifica-se ainda, que muitas vezes, a escola encontra-se despreparada para acolher crianças ou adolescentes desestruturados, e que na maioria das vezes forma indivíduos desestimulados e incapazes de buscarem seu lugar na sociedade. E como conseqüência séria, encontra-se alunos desmotivados, indisciplinados e com baixa auto-estima, pois de uma forma ou de outra, a escola faz parte da família. Outro fator importante também na educação é o exemplo que o educar, os pais passam para seus filhos e alunos. É um fator de suma importância na educação. Esse fato se comprova pelo caráter de imitação nos filhos e nos alunos: os primeiros, principalmente quando crianças, imitam dos pais o modo de vestir, a entonação da voz, o tratamento familiar; os segundos adotam, muitas vezes, a preferência do professor ou da professora, a letra, os gestos, o jeito. Por isso, grito é imitação de grito; grosseria é imitação de grosseria; postura educada é imitação de postura educada; trato obsequioso – com licença, por favor, desculpe-me, bom-dia, boa-tarde – é imitação de trato obsequioso. Não podemos exigir de nossos filhos e alunos aquilo que não somos. É veloz e passageira a caminhada da vida e pela vida. Num abrir e fechar de olhos, filhos e alunos crescem, amadurecem, muitos tomam rumos distantes. E, quando chega esse tempo, fica na memória e no coração de cada um, aqueles ensinamentos que os sensibilizaram, as palavras que lhes tocaram o coração, centrados, normalmente, no exemplo e no amor. Gestos e atitudes agressivas também ficam: só que em forma de lembranças amargas que deveriam ser esquecidas, mas que permanecem para sempre. Nessa perspectiva, é oportuno novamente citar Içami Tiba (1996), quando diz que ensinar é transmitir o que você sabe para quem quer saber, portanto, é dividir sua sabedoria. Mas, é uma estranha divisão que não segue as leis matemáticas, porque você divide, mas não perde o que era seu, pelo contrário, pode ganhar o que nem lhe pertencia. “Ensinar faz o mestre rever seus próprios conhecimentos com possibilidades de atualizá-los. Os sentimentos de gratidão, admiração e respeito do aprendiz alimentam a alma do mestre. Portanto, ensinar é também trocar” (TIBA, 1996, p.142). O aluno que sente necessidade de recordar o seu educador e seguir, na vida pratica os seus ensinamentos, é por certo a mais bela prova do bom comportamento resultado da educação. A educação deve ter precisamente como escopo de conservar vivos no coração e na vida pratica dos ex-alunos os bons princípios aprendidos com os educadores, mostrando-se nas famílias, sociedade bons amigos honestos e honestos cidadãos. Quando aluna, guardo boas recordações de vários professores que jamais me esquecerei, são detalhes que mesmo que já tenham se passado vários anos eu ainda ouço aquela voz lá no fundo do coração me ensinando uma lição para vida. Quando eu estava na primeira serie aconteceu algo que me marcou muito, minha caligrafia era horrível, meus desenhos as pinturas eram desastrosas e meu caderno era cheio de orelhas cito isso porque eu mesma me lembro da situação e não me agradava, então minha professora um dia pegou meu caderno e levou-o para casa, no outro dia ela me trouxe um caderno novo encapado com lindo papel colorido, e dentro em algumas folhas haviam figuras de bicinhos com uma mensagem especial dentro. Este ato de minha professora foi tão marcante em minha vida que nunca cuidei tão bem de um caderno como aquele. Outro fato foi minha professora Claudia, desde a primeira vez que nos vimos algo de especial aconteceu, ela sempre me olhava fundo nos olhos, quando eu não me comportava bem em sala de aula ela ia à minha classe e falava ao meu ouvido, ela me aconselhava como eu deveria me portar falar e me incentivou muito na leitura tanto que me tornei a melhor da sala, ela se tornou uma heroína para mim lembrava dela o tempo todo em casa e até imitava seu jeito de andar e agir, ou seja, muitos sorrisos, carinhosa, mas firme quando necessário. Já no ensino medido em meio a tantos professores dois eu levo comigo em todas as lições de vida, no primeiro do ensino médio foi o professor Osmindo, ele tinha uma fala engraçada, mas todos nós da turma amávamos ele, em cada assunto de sua aula tinha uma lição para nos ensinar, ele nos cobrava muito a maneira de sentarmos nas classes ele falava “Olha a Postura” explicava os motivos porque deveríamos nos sentarmos direito já se passaram 5 anos e ate hoje cuido da minha postura quando estou curvada na cadeira, lembro também que ele não deixa ninguém mascar chiclete perto dele, sempre nos falava dos malefícios que causava em nosso estomago. Ele sempre nos dava dicas de saúde, como cuidar do cabelo, da voz, da pele, o banho especial para não pegar gripe. Ele foi embora para os Estados Unidos fazer faculdade de medicina natural e hoje tem sua própria clinica nunca mais o vi, mas o levo sempre nas paginas do meu coração. No segundo ano do ensino médio havia um professor de matemática, essa matéria sempre foi meu terror e minhas notas eram péssimas, esse professor foi tão especial que ele notou minhas dificuldades, minha baixa auto-estima, e começou a se aproximar de mim, me chamava atenção quando eu estava distante das aulas, ele andou mais que três milhas comigo, quando havia prova ele dizia eu vou ficar com você aqui até conseguir resolver tudo, não importa a hora que acabe ficarei o tempo que for preciso, era incrível porque ele me estudava e procurava saber onde estavam minhas dificuldades e trabalhava em cima delas, fiz e refiz muitas provas, varias vezes ia pra casa chorando porque me esforçava e não conseguia. Estava deitada em minha cama aos prantos quando o telefone tocou, ele me disse volte para refazer sua prova. Esse era o professor Marcelo, a turma o chamava de o professor do coração porque sempre fazia uma meditação antes de iniciar a aula e nos contava suas experiências frustrantes e como saiu delas e nos aconselhávamos como deveríamos agir. Para mim, ele juntamente com esses professores citados acima sempre serão levados em meu coração, simplesmente porque apostaram em mim sem medo de perder o jogo, me viram além das circunstâncias e me amaram além dos meus erros. Hoje, grande parte do que sou como educadora devo a esses educadores a seu exemplo e dedicação. Sempre que tenho dificuldades com algum adolescente lembro-me de como agiram comigo na mesma situação ou ate em outras semelhantes, carrego uma estrutura comigo porque alguém me ensinou isso. Por isso, enfatizo o fato de quão importante é “o ato do amor na educação escolar”, como educador tem que ter em mente que tipo de motivação está dando ao seu aluno. Se já parou para observar como seu aluno sai de casa e chega à sala de aula. Em como está sua cabecinha naquele momento. O que aconteceu com ele naquele dia, em sua casa, na rua ou outro lugar? Qual o maior e principal objetivo que o aluno tem para freqüentar a escola? Parou-se, para pensar que cada aluno é especial, que cada um deve ser tratado separadamente, que cada caso é um caso. E se ainda não reparou, então como dizer que conhece seu aluno? Mas ainda há tempo para parar e pensar, refletir, mudar e começar a ver melhor com mais profundidade o seu aluno com os olhos do amor.
Augusto Cury (2007, p. 09.) nos comenta que:
Educar é realizar a mais bela e complexa arte da inteligência. Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.
Os profissionais da educação se lamentam, se queixam, acusam, culpam e não param para refletir que o problema do insucesso na escola, das notas ruins, da evasão, da indisciplina, etc. e tal nem sempre é culpa do aluno e nem do governo. Enfatizando que a educação em nosso país não seja priorizada, que as dificuldades na escola são inúmeras, os problemas são inúmeros, mas nem por isso devem ou mesmo devemos deixar de reciclarmos capacitarmos, lermos muito e buscarmos novas formas de entusiasmo e motivação. Para falar a verdade motivação é o que está faltando na maioria dos profissionais da educação, quem não ama o que faz não tem motivação. O educador não deve permanecer na mesmice, deixar rolar sem nada fazer mudar. Devem fazer com que o aluno se sinta motivado, não somente a vir à escola por vir, mas sim, para aprender, buscar conhecimentos, crescer; vir à escola por se sentir bem, por ser bem tratado, respeitado valorizado e amado. Por isso, faz se necessário que os educadores repensem na pratica pedagógica e permitir, dentro de si próprio, a mudança, o reconhecimento de que algo esta acontecendo e que precisa ser feito alguma coisa imediatamente para reparar o que está errado. É preciso que haja reflexão para entender porque os alunos estão se afastando da escola e aceitar a possibilidade de que os mesmos podem não estar encontrando lá o que mais precisam. Faz-se necessário que se abram as portas e as janelas à escola e do intimo de cada profissional da educação e deixar que os alunos se manifestem e mergulhem profundamente naquilo que eles realmente necessitam. É necessário resgatá-los enquanto há tempo. Sabemos que é necessário conhecer os alunos na sua totalidade para que se possa fazer alguma coisa para ajudá-los em seu fracasso escolar; não se pode esquecer ainda que cada um tenha um problema diferente, vem de famílias desestruturadas – o pai bebe, o irmão é drogado, a irmã caiu na prostituição, a mãe sofre com tudo isso e outros problemas mais. São vários os problemas familiares, mas que todos são fatais para que a auto-estima deles esteja em baixa, e tudo isso pode afetar na aprendizagem, no sucesso escolar. Por esses motivos é que os profissionais da educação precisam ficar atentos, observar, investigar, se envolver nos problemas da família, trabalhar antes de tudo a família; devem estudar rever as metas, os objetivos planejar, avaliar e buscar formas de motivação, pois só uma boa e grandiosa motivação pode mudar a situação, pode tirar a educação da crise, crise essa que se originou das mudanças, mudanças em todos os sentidos, na família, relacionamentos, idade, idéias, status, no trabalho, na escola, hábitos e comportamento no dia a dia. Diante disto, podemos te dizer que o motivo dessa crise se deu pelo fato da má administração dessas crises. É complicado ceder às mudanças, se adaptar as mesmas e transformar a situação. Mas, a partir do momento em que se acredita em algo e lutamos para torná-lo real é possível sim. Sabemos que a diversidade de personalidade e situações pelos quais passam nossos alunos é enorme, incalculável, pois temos alunos de várias caras, tipos, formas, embalagens, tamanhos, cor, gosto e que cada um necessita de nossa atenção especial, de um olhar amigo, um sorriso, um gesto carinhoso, amor. Então, como assegurar que a escola está cumprindo o seu papel de formação cidadã? Deve-se promover principalmente na esfera escolar a contextualização de temas atuais que mostrem ao estudante a importância de ser aluno-cidadão e que sejam, de acordo com Dayrell (1999), meios através dos quais ele possa se compreender melhor e compreender o mundo físico e social onde se insere, contribuindo, portanto, na elaboração de seus projetos. A escola necessita de uma aproximação com a realidade do aluno e da própria comunidade na qual ela está inserida. O aluno precisa, também, ser incentivado a pensar por si próprio e buscar os conhecimentos de seus interesses, nas bibliotecas, museus, etc. É certo que os papéis da família e da escola, antes prioritariamente repressores, modificaram-se ao longo das últimas décadas. Nesse sentido, é importantíssimo conscientização de que a relação entre educação, escola/família/sociedade deve ser alvo de uma transformação contínua, que influência os modelos vigentes de educação, de escola e de sociedade. As escolas devem ser mais ativas e participativas, para despertar no aluno o desejo de aprender. E o apoio e a coesão familiar podem proporcionar as crianças uma estrutura equilibrada e sadia, para crescerem e tornarem-se cidadãos conscientes de seu papel na sociedade sendo capazes de interagir e intervir na realidade. É importante lembrar, que trabalhar com a formação de crianças e adolescente é uma tarefa um tanto difícil, pois os educadores devem ter capacidade de trabalhar com conflitos gerados pela impulsão dos jovens de querer tudo muito rápido, já estamos na era da informática e basta só um clique para se ter tudo nas mãos. A escola atual, de forma geral, apresenta maior facilidade de comunicação com os pais, mas para se chegar a este patamar não foi muito fácil. Assim como a família, a escola deve tornar a criança capaz de assumir suas responsabilidades, tomar decisões, aprender qualquer ofício, desenvolver suas habilidades, visando assim não apenas o conhecimento, mas também a formação de valores. Conforme o sentido piagetiano, a relação escola-família prevê o respeito mútuo, o que significa tornar paralelos os papéis de pais e professores, para que os pais garantam as possibilidades de exporem suas opiniões, ouvirem os professores sem receio de serem avaliados, criticados, trocarem pontos de vista. Tal parceria implica em colocar-se no lugar do outro, e não apenas enquanto troca de favores, mas:
... a cooperação, em seu sentido mais prodigioso: o de supor afetos, permitir as escolhas, os desejos, o desenvolvimento moral como construção dos próprios sujeitos, um trabalho constante com estruturas lógicas e as relações de confiança. (TOGNETTA, 2002, p. 33)
Vitor Paro (s.d., s/p) nos afirma que a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais para transmitir informações relevantes sobre seus objetivos, recursos, problemas e também sobre a parte pedagógica. Desta forma, a escola estará levando a família da criança/adolescente se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar e conseqüentemente com o desenvolvimento de seu filho. Nas palavras de Freire (2000, p.104) “a educação é um ato de amor, por isso, um ato de coragem. Não pode temer ao debate. A análise da realidade. Não pode fugir à discussão criadora, sob pena de ser uma farsa.” Como se pode observar, o ato de amor na educação escolar exige dos profissionais de educação uma postura diferente, tomando uma nova consciência a respeito das reuniões escolares baseadas em temas teóricos para falar dos problemas do aluno, sobre notas baixas, etc. Este tipo de reunião, não proporciona o início de uma parceria. A escola deve buscar a criação de espaços de reflexão e experiência de vida numa comunidade educativa, instituindo, acima de tudo, a aproximação das duas instituições escola e da família. No Parágrafo único do Capítulo IV do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990, s/p) nos diz que "é direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais", ou seja, trazer as famílias para o convívio escolar já está prescrito no Estatuto da Criança e do Adolescente esta faltando é concretizá-lo, é pôr a Lei em prática. Família e escola são pontos de apoio ao ser humano; são sinais de referência existencial. Quanto melhor for a parceria entre ambas, mais significativos serão os resultados na formação do educando/filho. A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser constante e consciente. Vida familiar e vida escolar são simultâneas e complementares. Nesse sentido, é importante que pais, professores, filhos/alunos dividam experiências, compreendam e trabalhem as questões envolvidas no seu dia-a-dia sem cair no julgamento "culpado X inocente", mas procurando compreender cada situação, uma vez que tudo o que se relaciona aos educandos/filhos tem a ver, de algum modo, com os pais e vice-versa, bem como tudo que se relaciona aos alunos tem a ver, sob algum ângulo, com a escola e vice-versa. A escola e a família, cada qual com seus valores e objetivos específicos na educação de uma criança/adolescente, constituem uma estrutura intrínseca, onde quanto mais diferentes são, mais necessitam uma da outra. Desse modo, cabe a toda sociedade, não apenas aos setores relacionados à educação, transformar o cotidiano da escola e da família, através de pequenas ações modificadoras, para que esta compreenda a importância dos objetivos traçados pela escola, assim como o seu lugar de co-responsável nesse processo. É preciso um despertar urgente, pois, estamos numa época em que a tecnologia está predominando enquanto os sentimentos, a emoção ficam esquecidos. Diante desse fato, meus caros amigos educadores, com certeza será através da emoção que iremos mudar a situação, transformar a educação. No entanto, é necessário buscar um bom estado de espírito, utilize as habilidades e competências, procurar sempre estar em sintonia, buscar entusiasmo, amor à profissão e bastante motivação, pois motivação gera satisfação. Satisfação gera ação, e ação, transformação. Assim, o sucesso estará garantido para todos.
Metodologia
Esta pesquisa está classificada nos critérios de pesquisa bibliográfica para o embasamento teórico. Partindo da pesquisa realizada, os dados foram analisados a partir de leitura crítica e redação dialógica a partir dos autores apresentados.
Considerações Finais
Conforme o tema analisado A importância do ato de amor na educação Escolar de maneira perceptível é visto que aonde uma escola ou intituição educacional e mesmo dentro da própria família aonde não venha prevalecer ou ser prioridade haverá uma deficiencia como um todo dentro desses sistemas. Uma vez que a podemos considerar a familia como coração da sociedade precisa ser cuidado e conservado buscando construir uma estrutura para Esta. Quanto mais tecnologia o mundo oferece se aumenta a necessidade de demonstrar um afeto, quanto mais conforto se compra mais aumento o vazio do emocional, o mundo tem invertido seus valores e está ensinando a geração futura a viver de forma tecnologica e não de forma humana, onde há a necessidade do humano com o humano, e acima de tudo do Divino com o humano. Segundo Ellen G. White, (1997, p. 16) “o amor é o fundamento da verdadeira educação”. Conforme o decorrer da história, os avanços tecnológicos, a atitude humana está sendo substituida gradativamente por máquinas aparelhos eletronicos, pela internet, tornando a sociedade a educação bem como a familia a merce de uma realidade fria sem diálogo e em muitos momentos sem um verdadeiro sentido. Há um resgate a ser feito no mundo da educação. Campbell (1999, p. 22) nos diz que: “as crianças e os adolescentes podem ser considerados espelhos. Eles no geral refletem o amor, não o iniciam. Se lhes é dado amor, eles o retribuem. Se nada recebem, nada têm a dar.”
Referência bibliográfica
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