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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Atenção Corredores: Prevenção Ainda é o Melhor Remédio


O ortopedista Marcos Cenni: “cuidados que devem ser tomados antes de sair correndo sem qualquer critério e avaliação”
É cada vez maior o número de pessoas, atletas ou não, adeptas da prática da corrida. Os benefícios supostamente inquestionáveis desse tipo de esporte têm feito com que se aventurem mais incautos do que espera e deseja a SBOT Minas - Sociedade de Brasileira de Ortopedia e Traumatologia- Regional Minas Gerais.
Atentos ao fenômeno crescente do número de corredores, médicos como Marcos Cenni, Diretor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia- Regional Minas Gerais - SBOT/Minas , Coordenador do Grupo de Joelho do Hospital Mater Dei e Diretor da Regional MG-ES da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Joelho, alertam para os cuidados que devem ser tomados antes de sair correndo sem qualquer critério e avaliação. A prevenção, além da informação correta, é e sempre será o melhor remédio.

“Não são apenas os praticantes de corridas que sofrem com lesões mais frequentes, alguns esportes de endurance e saltos podem também causar quadros de lesões”, ressalta Marcos Cenni. Essa afirmação por si só já é suficiente para que um grupo de atletas, que se enquadra na categoria citada pelo Dr. Cenni, fique atento aos riscos próprios do esporte. A incidência de lesões associadas a corredores varia muito na literatura mundial. Alguns trabalhos nacionais mostraram índices altos, como o da revista Runner's Wolrd, em torno de 38 ou 33%, segundo o trabalho do Grupo de pesquisa em Atividade Física e Qualidade de vida (GPAQ) da PUC do Paraná.
Estima-se que seis milhões de brasileiros praticam corridas regularmente, o que deve representar mais de dois milhões de lesões por ano. “As principais lesões são as tendinites, as fasceites, as fraturas por estresse, a síndrome do atrito da banda iliotibial e as condropatias.
Elas são mais comuns em mulheres, devido a fatores constitucionais e hormonais, mas qualquer indivíduo que não estiver devidamente preparado pode desenvolver estas lesões”, avalia o Diretor da SBOT Minas . Os jovens corredores, com estrutura osteomuscular imatura e mal condicionados são os que sofrem mais, além dos adultos próximos dos 50 anos, que podem apresentar quadros específicos se não adotarem os cuidados necessários.
Ainda de acordo com Marcos Cenni, cada lesão tem uma característica específica e somente o médico tem condições de avaliar. Exames complementares são fundamentais para a confirmação diagnóstica, mas o exame clínico é indispensável e pode solucionar a grande maioria dos casos. 
Causas e sintomas
Marcos Cenni é categórico ao afirmar que a causa principal para o aparecimento de lesões é o erro no treinamento, ou seja, a sobrecarga que recai em indivíduos mal preparados. “Porém existem fatores intrínsecos como alterações biomecânicas nos membros inferiores e extrínsecos como calçados inadequados e terrenos irregulares”, explica.
Quanto aos sintomas, o principal é a dor. O paciente sente uma dor que persiste com a sequência do treinamento, podendo até levar à incapacidade funcional. “Dores assimétricas e edemas que aumentam com as corridas podem ser indicativos de lesões”, acrescenta Dr. Cenni.
Mas os efeitos ainda podem ser mais acentuados. O que há de pior e mais grave para os corredores é ser medicado sem um diagnóstico preciso. Segundo o Diretor da SBOT Minas , “a dor é um sinal de alerta, um indicativo de agressão ao organismo. Se for mascarada por uma automedicação pode levar a lesões irreversíveis e graves”, acrescenta.
Prevenção
Dicas de prevenção são sempre necessárias. A mais importante delas é procurar um educador físico para uma boa assessoria, após a avaliação médica ortopédica e cardiológica. Depois, o melhor conselho é ter paciência. A busca por resultados rápidos, em curto prazo, leva o atleta a um quadro de "overtrainning", que precede a maioria das lesões. “Ninguém resolve fazer uma maratona e se prepara em menos de 18 meses”, enfatiza Marcos Cenni. Também é importante lembrar o erro mais comum que a maioria dos atletas comete: correr sem uma estrutura muscular adequada. Se o objetivo é um aumento de performance para participar de corridas mais longas ou intensas é indispensável desenvolver um reforço muscular específico, preferencialmente em academias.
Quanto aos avanços na área médica, não se observa nada de realmente extraordinário. O aumento recente de corredores fez com que crescesse o número de especialistas em traumatologia desportiva. Terapias alternativas como a medicina regenerativa e uso de células derivadas da plaqueta ainda precisam de comprovação consistente. “Mas, talvez, tenham um futuro promissor”, alerta Dr. Cenni, com certa dose de otimismo.
Campanhas para esclarecimentos à população também são escassas e a produção científica ainda é pobre. Sem dúvida, uma política pública voltada para a saúde dos praticantes de corrida faz-se necessária nos dias de hoje.

Informações: (31) 3291-1305 | info@portalmedicinaesaude.com.br

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